23 de ago. de 2014



Remexendo as fotos no meu computador, encontro uma pasta com fotos de 2012....
Ao vê-las sinto uma mistura de sentimentos, tenho vontade de chorar, as vezes não acredito que passei por tudo aquilo, eu fiquei irreconhecível em QUASE todos os sentidos (a não ser pelo sorriso que nunca sumiu do meu rosto). Eu me perdi, e eu ainda estou me procurando.
Mas eu não vou desistir, estou me reconstruindo, estou aprendendo todos os dias a lidar com meus sentimentos, eu estou me redescobrindo, parece tudo novo. As pessoas são novas pra mim, até meus amigos de muitos anos. É muito louco tudo isso.
E o mais louco é que eu achei que isso tudo ia passar, mas hoje eu sei que não vai, nada vai apagar tudo que aconteceu, nada vai apagar as dores, os remédios, as enfermeiras, os vômitos, os enjoos, a falta de companheirismo do meu homem, as risadas com a minha mãe, a mão pesada (mas delicada) da minha vó, a boca sem dizer uma palavras mas o olhos cheios de lágrimas expurgando textos e gritos das minhas amigas, a preocupação da minha família... e nada vai apagar o meu desejo de viver, de experimentar o novo, de sentir o vento, de querer fazer as coisas, de querer ser livre, de VIVER.
Eu sei que não vai passar, e que NUNCA mais a minha vida voltará a ser que nem antes, e quer saber bem a verdade? Eu NÃO quero que ela volte.
Eu quero seguir assim, com todas essas marcas, porque isso tudo me fez crescer, me fez enxergar a vida, me fez olhar pra mim, me fez ME olhar, me dar valor, eu posso ainda não ter descoberto tudo a meu respeito, mas eu sei que vou chegar lá, pq eu não vou desistir, NUNCA.
E o sorriso? Esse é meu fiel aliado!





15 de mar. de 2013

Você pode guardar um segredo?

Hoje terminei de ler o livro "Você pode guardar um segredo?" do Pedro Guerra. Por sinal, citei um trecho do livro aqui no blog. É uma boa pedida para quem gosta de mistério. Eu curti e super recomendo.


Sinopse 

Você pode guardar um segredo? É um romance poli­cial que narra a história de Christine Reed, uma jovem que trabalha em uma loja de fotografia, no Condado de Greenpack. Tinha uma vida simples e sem graça, até que começa a receber de um fotógrafo anônimo algumas imagens contendo mensagens cifradas que passaram a fazer todo o sentido para ela. Nelas, um segredo, que parecia ter morrido, é ressuscitado. Para entender a razão pela qual o seu segredo está em jogo, ela precisará descobrir quem se encontra por trás de tudo isso. Ao mesmo tempo em que tenta desvendar este mistério, Christine conhece John Gray, um homem que aparece com o intuito de preencher o vazio em seu coração. Mas será que ela deve confiar neste homem que surgiu na sua vida? Desvende este mistério encontre os suspeitos junto de Christine. 


E por falar em livro, minha prima me apresentou o site SKOOB, ele ajuda na organização dos livros já lidos, quais quer ler, pra quem emprestou, possíveis trocas... essas coisas, se tu tiveres interesse o site é www.skoob.com.br

Beijos, e só para constar, estou mega feliz. Meu namorado está chegando. Hihi. Vou matar um pouco a saudade. Um pouco né, porque matar toda vai levar um tempo ainda... hahaha

=****** 

14 de mar. de 2013

talvez um desabafo

Faz dias que não consigo achar alguma coisa interessante para postar.
A realidade é que estou numa fase da vida de reconhecimento, estou tentando entender a pessoa que eu me tornei.
Sabe, ta chato toda hora falando da doença que eu tive. Mas a verdade é que minha vida se tornou ela nesse último ano. Eu queria que isso terminasse.
Eu não sou a leucemia. Só que parece que tudo ao meu redor me leva a ela, inclusive estou falando sobre ela nesse momento.
Eu não queria que nada disso tivesse acontecido comigo. É claro que aprendi muitas coisas e confesso que posso até ser uma pessoa melhor hoje. Mas mesmo assim. É muito sofrimento, não só pra mim, mas pra todos que estão ao meu redor. Vejo o cansaço da minha mãe, a preocupação das minhas amigas, as ligações da minha família, a forma como meu namorado me trata...
O bom é que o pior já passou. Mas como eu estava dizendo, eu ainda não sei a pessoa que me tornei.
Volta e meia tenho algumas atitudes e pensamentos que antes eu desconhecia.
Só sei que está quase completando um ano que eu nasci de novo. Um ano que minha vida mudou. Às vezes eu paro pra pensar, não sei se você já pensou nisso (creio que não). Tenta pensar na tua vida hoje, e de uma hora pra outra simplesmente ela muda por COMPLETO. Os teus sonhos, por um momento, são rasgados; o dinheiro que tu tem não vale nada; tudo ficou no mesmo lugar que tu deixou, inclusive aquela janta; o teu celular? cadê?; só restou as roupas do corpo e a vida por um fio... 
Mas apesar dos pesares, sou uma guria de sorte. Fiquei num dos melhores hospitais de onco em POA, no Complexo Santa Casa, Hospital Santa Rita. Fui atendida por uma equipe de médicos hematologistas muito competentes, sem contar na equipe de enfermagem! Depois de 38 cruciais dias, vim pra Caxias para terminar o tratamento, fui encaminhada para a Dra. Mariângela, que me atende ainda hoje. Ela é uma médica exemplar e um ser humano incrível.
Pois é... conheci tanta gente, tantas histórias. A verdade é que eu preciso entender que minha vida nunca mais vai ser igual a de antes. Eu fico pensando em retomar minha rotina, só que isso não vai mais acontecer. Essa é a verdade.
Hoje tudo é diferente. 
Amanhã eu não sei o que vai acontecer.

Eu só espero que seja um dia bom!


5 de mar. de 2013

Saudade

"Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche."

Martha Medeiros

28 de fev. de 2013

Minha segunda casa

Hoje passei um dia muito bom ao lado da Juni (uma amiga muito querida que conheci em 2011). Passamos a maior parte do tempo no cursinho pré superior que fazíamos juntas, o Equiláttero.
É muito difícil explicar o que eu sinto quando estou lá, parece que o Equi (apelido carinhoso) é minha segunda casa. Lá eu fui acolhida, lá eu aprendi a ser uma pessoa melhor, conheci amigos pra vida toda, tive o melhor exemplo de ser humano de professor de mestre, lá eu conheci o professor Cláudio, tive aulas agitadas com a Prof. Josi, aulas com a calma do Prof. Araújo, aprendi biologia (!!!!!!) com o Prof. Davi, aprendi literatura no meio de besteiras, lá eu conheci GENTE, gente feita de coração, de emoção, que tem alma limpa, transparente como a Prof. Andréia que me ensinou a questionar com as aulas de filosofia, e a Prof. Pati, que por incrível que pareça me ajudou a escrever redação. Enfim, no Equi eu me tornei uma cidadã, aprendi o valor que um educador tem e também o valor da solidariedade. Aprendi que pro mundo mudar, nós devemos ser cidadãos melhores.

Olhem o vídeo que eles fizeram pra mim quando eu estava internada:


Minha mãe sempre disse que nós temos que passar por todas as fases na nossa vida, e que se a gente não passa na idade "certa" ela acaba acontecendo um tempo depois. No caso dos estudos foi assim comigo. Eu não levei a sério o meu ensino médio, por isso tive que fazer pré vestibular por 2 anos. Mas valeu muito a pena. Além de ter alcançado meu objetivo que era de estudar em uma Universidade Federal, eu aprendi muitas outras lições. Fica aqui meu agradecimento. 
OBRIGADA EQUILÁTTERO !!!!!







27 de fev. de 2013

Medo

Uma vez estava conversando com alguns amigos e um deles me perguntou se em algum momento do meu tratamento eu senti medo. Eu respondi que não, sempre encarei tudo de boa. Depois desse dia, fiquei relembrando várias coisas que aconteceram comigo e numa delas eu tive muito medo. Foi quando recebi alta do Hospital Santa Rita de Porto Alegre e voltei pra casa. Esse dia foi muuuuuuuuito feliz, mas assim que eu saí da porta do meu quarto (510) me dei conta que as coisas não estavam normais. Primeiro que eu vesti a blusinha nova que havia ganhado da Laurinha e ela ficou mostrando a minha pança! (COMO ASSIM PANÇA??? EU NUNCA TIVE PANÇA!!!!!!!!!!!)Pois é... agora eu teria que lidar com uma pequena saliência... tá isso não é nada.. tentei caminhar e levar os últimos docinhos para o meu enfermeiro preferido (ou malvado preferido) e a emergência estava um tumulto, tive que esperar uns 2 minutos até ele chegar e eu já não estava me aguentando em pé, depois teve toda a viagem de volta para casa: luzes, movimento, pessoas, carros, barulho - era tudo estranho depois de passar 38 dias fechada num quarto e me incomodou muito. Aí eu cheguei em casa e tive a minha primeira frustração: não consegui subir as escadas pois não tinha força nas pernas (acabei sendo carregada). Mas fui recompensada com um painel lindo feito pelas minhas amigas.
(Mila, Laurinha, Lu, Sah, Kah, Nati - obrigada por tudo que vocês fizeram por mim.)

Então, chegando na parte do medo... foi no momento de ir dormir, que eu percebi que não teria nenhuma enfermeira pra me cuidar. E se caso eu precisasse de algum remédio pra dor? E minha pressão? E a febre? 
Me senti totalmente vulnerável. No fim, minha mãe acabou dormindo comigo e depois minha vó veio pra cá e nós dormíamos juntas. Hoje consigo ficar sozinha, sair, andar de moto, fazer minhas coisas, posso até ir no cinema sozinha se eu quiser. Às vezes o medo ainda vem, mas isso não me impede de fazer nada.
A gente precisa encarar, mesmo que ele fique nos rodando...

Eu falo pro medo o seguinte: Qua comando mi!

E por falar em medo, olha que legal o que eu achei no face:

beijão pra quem continua lendo meu blog
=*